segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Cultivo do abacaxi em fileiras duplas - Localidade: Sítio Pé de Serra, Pombos/2007

Foto: Jucélio Silva

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A seguite divisão municipal de Pombos - PE tem como fonte de informações bases de dados geográficos do INCRA, SUDENE e o IBGE, constituindo, estes órgãos fontes de informações geográficas confiáveis e de administração governamental.

Divisão municipal de Pombos - PE

Sede e distritos de Pombos - PE

Fonte: INCRA, 2000; SUDENE/ITEP, 1974; IBGE, 2001; BRASILEIRO, 2006.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Cultura do abacaxi: origens, etimologia da palavra e características gerais



Abacaxi: história, etimologia da palavra e características gerais da planta

Dentre os diferentes gêneros que enfeixam a tribo das bromélias, da família das bromeliáceas, afora aquelas epífitas rivais das orquidáceas, que emprestam um quê de característico à paisagem nacional, – há um gênero terrestre por excelência, - o Ananás, - do qual, a espécie Ananás sativa, Shult, - o Abacaxi, - (Bromélia sativa, variedade pyramidalis, Arruda Câmara)-, deve ser digna, por todos os motivos, do melhor dos acolhimentos por parte dos nossos agricultores. Piso e Marcgraf incorporaram à ciência a preciosa planta do ananás. Thunberg criou o gênero “ananassa” onde foram incluídas varias plantas da família das Bromeliáceas (BARBOSA, 1932, p. 9).


As Bromeliáceas são exclusivamente americanas e, com especialidade, brasileiras. Dentre elas, o gênero Ananás, - (circunstância interessante,) – manteve nas sistemáticas de Linneu, - (Bromélia ananas, L.), de Schultes, - (Ananas sativa, Schult.) e de Lindley, - (Ananassa sativa, Ld) – a designação indígena.
É que através dos relatos históricos de Alph. de Candole, - “Origine des Plantes Cultivées” -; J. M. Caminhoá, - “Elementos de Botânica”-; Theod. Peckolt, - “História das Plantas Alimentares e de Gozo” -, e outras obras de literatura botânica, conclui-se que o Ananás era desconhecido nos continentes europeu, asiático e africano, antes da descoberta da América.

De outra parte, segundo notícias a que fazem referências os mesmos autores acima citados, o Ananás, – com o nome indígena de NANÁ, - somente foi levado à Europa, e as cortes européias, no início do século XVI, pelos primeiros descobridores da América. De NANÁ, substantivo no grau aumentativo, o aroma grande o que sempre cheira. Há quem dê a palavra Ananás originária de “nanassa”, nome pelo qual são conhecidos a planta e o fruto do Ananás, nas Guianas e Antilhas. Jean de Lery foi um dos primeiros quem deu à Europa notícias do Ananás (BARBOSA, 1932, p. 9).


Na Europa, pelo seu estranho aspecto, aroma, sabor etc. – o NANÁ, – e, posteriormente Ananás, - foi muito bem recebido e aceito, tendo os europeus procurado desde logo cultivá-lo, quando não possível ao ar livre, sob estufas, cultura levada a efeito pelos nobres a título de deliciosa curiosidade. Na França, Cláudio Abeville, referindo-se ao Ananás, disse jamais ter visto nada que se aproximasse da sua bondade e beleza (Ibidem).
Daí, originário da América, ter sido o ananás classificado com a designação do indígena americano e, com essa designação, pelo fato de se ter tornado, imediatamente, muito apreciado pelas suas condições extrínsecas e intrínsecas, o Ananás passar-se, em seguida, da Europa, - e especialmente da América, - para as terras da Ásia e da África por onde propagou-se, fazendo-se assim conhecido, comumente, com aquele nome indígena, por todas as regiões terrestres.
No território que hoje compreende o Estado de São Paulo, o Ananás deveria ter existido desde os primeiros tempos. Originário da América, e segundo alguns autores, das regiões atualmente abrangidas pelo Estado do Maranhão e Piauí, o ananás, através das tribos indígenas, deveria ter sido disseminado por todas as terras de Santa Cruz.
Possivelmente os nossos índios tendo a atenção voltada para o aspecto e perfume do abacaxi selvagem, conheceram-lhe desde logo o sabor. Uma vez o fruto conhecido, imediatamente, os índios dele começaram a fazer uso, e não só ao natural como, de certo, em bebidas fermentadas muito dos seus costumes, preceitos religiosos e de recepção. Daí passarem, provavelmente, a colher o ananás, quer das vegetações espontâneas ou silvestres, quer de pequenas culturas por eles, talvez, levadas a efeito.

A cultura do abacaxi no contexto regional

O abacaxi é considerado o mais importante dentre os denominados frutos exóticos que vêm se expandindo no mercado. É uma planta originária de regiões de clima quente e seco, com chuvas irregulares. Gosta de boa insolação, alta temperatura e resiste mais à seca do que à umidade.
No cenário agrícola mundial de frutas, a cultura do abacaxi tem uma elevada demanda e alta rentabilidade. A principal variedade cultivada no mundo tem sido o Smooth, Cayenne, por causa de suas características agroindustriais, considerando que 67% da produção mundial é consumida de forma industrializada (SANTANA,1996, p. 11).
O Brasil foi o terceiro maior produtor mundial de abacaxi em 1994, contribuindo com 8%, de sua oferta embora a participação brasileira no mercado internacional seja pouco significativa e o país alcance apenas a posição de décimo exportador mundial. As perspectivas para o Brasil são de elevar essa participação, mal grado a necessidade de melhorar a qualidade do produto para adquirir maior competitividade.
No Brasil as principais regiões produtoras, desenvolveram o plantio com tecnologia avançada. Dentre estas destacam-se São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Paraíba, Pernambuco e Bahia, sendo que no ranking dos produtores nacionais a Paraíba ocupa a primeira colocação com 37% da produção nacional, seguida de Minas Gerais e Bahia, cujas contribuições são respectivamente de 26% e 7% (SANTANA, 1996, p. 11).
A abacaxicultura reveste-se de inegável importância para a economia brasileira pela possibilidade de expansão do cultivo na região de cerrado, a ampliação da sua indústria e o incremento na exportação.
Em 1990, o Brasil exportou 1% de sua produção o que representou 7.900 toneladas, possibilitando para o país uma receita de 3,1 milhões de dólares. Nesse mesmo período o Brasil ocupava a posição de décimo lugar no ranking entre países exportadores, contribuindo com 1,6% para as exportações mundiais. Em 1992 a exportação brasileira se eleva para 16.000 toneladas garantindo ao país um rendimento de 5,3 milhões de dólares.
No período de 1990/94, o Nordeste do Brasil contribuiu com uma produção média de 646.673 toneladas cuja produtividade circundou as 37 t/ha, superando aquela obtida para o Brasil nesse mesmo período. A participação nordestina foi portanto 52% da nacional (IBGE,1989-1994 apud SANTANA, 1996, p.11).
Estado da Bahia apresenta condições ecológicas excelentes para a produção do abacaxi. Na década de 90, registra-se uma expansão da área colhida com a cultura. Em 1994 a Bahia já ocupava 3.291 ha com abacaxi o que lhe permitiu uma produção de 107.239 toneladas. O rendimento médio do produto na Bahia foi de 32.585 kg/ha próximo ao obtido no Brasil, no mesmo período de 33.518 kg/ha (Ibidem).
No Vale do Submédio São Francisco, as expectativas para o desenvolvimento do abacaxizeiro são as melhores possíveis em virtude da sua fácil adaptabilidade às condições semi-áridas, devido às suas características morfológicas, anatômicas e fisiológicas.
Explorado em sua grande maioria por pequenos e médios proprietários, o abacaxi é um produto de alta rentabilidade econômica, porém exigente em tratos culturais o que encarece o custo de produção. Para diminuir os riscos da exploração da cultura os agricultores adotam o cultivo consorciado, especialmente com culturas alimentares de ciclo curto. Isto aumenta a renda do produtor e melhora o seu regime alimentar (SANTANA, 1996, p. 15).
As variedades mais cultivadas no Brasil são a Pérola e Smooth Cayenne. Alguns problemas culturais vêm afetando o desenvolvimento da atividade, dentre os quais a fasciação, deformação que pode atingir o pedúnculo, o fruto e a coroa do abacaxi. Fatores genéticos e nutricionais e condições ambientais favorecem essa deformação. Foi realizado um levantamento em algumas variedades para verificar a ocorrência da fasciação e se destacou que a suscetibilidade da Smooth Cayenne é quase cinco vezes superior à da Pérola.
Outra conclusão é quanto às variedades menos comerciais como Pérola e Primavera que são resistentes à fusariose e apresentam percentuais menores de fasciação (Ibidem).
Outros problemas como escassez de mudas de boa qualidade, principalmente por causa da fusariose que tem provocado elevadas perdas à abacaxicultura no país, manejo inadequado do fruto na colheita e pós-colheita e pequeno aproveitamento industrial são limitações que influenciam diretamente no baixo rendimento da atividade e na qualidade do fruto produzido.


A cultura do abacaxi no município de Pombos - PE


Apesar de o sistema agrícola do abacaxi no município de Pombos se caracterizar como uma pequena produção agrícola, ele se apresenta como importante fonte de renda para o seu produtor local e, dentro de um cenário global, esta produção pode alcançar maior importância econômica isto, obviamente, de acordo com um maior interesse e assistência em termos de investimento por parte dos governos das esferas municipal, estadual e federal, assim como de investimentos privados.
O cultivo do abacaxi, no município de Pombos, corresponde a uma produção expressiva no que diz respeito às atividades agrícolas praticadas em seu território, apesar dessa cultura se caracterizar por ser baseada na pequena produção sendo, dessa forma, o segundo produto mais cultivado por área colhida/ha e quantidade produzida dentre as culturas temporárias do município, ficando atrás apenas da cana-de-açúcar. (IBGE, 2001).
O abacaxi é cultivado em área expressiva, em municípios que possuem trechos de solos silicosos, como Pombos, seguido por Carpina e Palmares, sendo vendido no mercado regional e da região metropolitana do Recife [sic]. Sua cultura sofre a concorrência da produção de municípios do agreste pernambucano e dos estados vizinhos, sobretudo da Paraíba (ANDRADE; ANDRADE, 2001, apud: BRASILEIRO, 2006, p. 68).
Entretanto, a cultura do abacaxi aí trabalhada caracteriza-se também por ser de cunho tradicional, uma vez que são utilizados modos de produção sem nenhum aparato tecnológico, utilizando-se mesmo instrumentos de trabalho tradicionais como a foiçe e a enxada, mas ao mesmo tempo ocorre ao lado de algumas culturas de subsistência. Pois em alguns sítios onde se dá o cultivo do abacaxi percebe-se cultivos em pequenos lotes consorciados com culturas como a de feijão, milho ou mandioca, ou mesmo macaxeira, voltados estes produtos exclusivamente para o abastecimento familiar.
Uma outra peculiaridade do cultivo do abacaxi em Pombos, é que este não está provido de nenhum programa ou projeto de apoio e assistência técnica, ficando a mercê apenas de tratos culturais e cuidados tradicionais do pequeno produtor que o cultiva, o qual, geralmente não possui conhecimentos adequados para produzir uma fruta de maior qualidade e, consequentemente, adquirir maior competitividade no mercado regional, além do uso indiscriminado de agrotóxicos e outros produtos químicos sobre a planta para atender a expectativas de um mercado consumidor regional e suas exigências.

terça-feira, 17 de junho de 2008




Localização geográfica de Pombos em Pernambuco


Fonte: ZAPE (Zoneamento Agroecológico de Pernambuco)


terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS DO MUNICÍPIO DE POMBOS


A População do Município de Pombos


O município de Pombos possui uma população de número muito pequeno em relação a outros municípios da Zona da Mata Pernambucana, sobretudo em relação ao seu município vizinho Vitória de Santo Antão, o qual se destaca como pólo microrregional.

Segundo o Censo Demográfico do IBGE realizado em 2000, a população total de Pombos é de 23.351 habitantes com densidade demográfica de 99,3 hab/km². O percentual de população urbana (59,9%) não é tão superior ao da população rural (40,1%). Isto acontece, talvez, devido à presença do assentamento Chico Mendes no referido município, da existência dos Distritos sede, Dois Leões e Nossa Senhora do Carmo os quais têm um percentual de população rural bem superior ao de urbana, refletindo a importância das lavouras (BRASILEIRO, 2006, p. 61).

No município de Pombos não se identifica a presença de núcleos urbanos significativos além da sede e não há evidências tendenciais de crescimento naqueles pequenos núcleos, observando-se a forte atratividade que exercem os núcleos urbanos sede. Tais relações e tendências observadas na distribuição dos habitantes no território e sua “conversão” em população urbana tem visível e direto efeito na configuração dos núcleos urbanos principais, na forma da sua expansão periférica de baixo padrão de qualificação – um dos mais evidentes problemas recentes identificados no município (CONDEPE/FIDEM, Plano Diretor de Pombos, 2001).


Infra-Estrutura Urbana Municipal

Em menor escala, mas com maior intensidade, a ocupação urbana de Pombos contrasta com uma topografia acidentada de um território marcado por uma ampla malha de drenos, córregos e rios que limitam os espaços passíveis de parcelamento. Contudo, observa-se que os loteamentos mais recentes, nas proximidades da rodovia, apresentam traçado incompatível com o relevo.

Também à semelhança de Vitória, Pombos apresenta descontinuidade no tecido urbano, mas com proporção maior de vazios circundados por áreas ocupadas, claramente definidos pelas linhas de drenagem e declividades mais acentuadas. A região mais próxima ao centro comercial e cívico é aquela de maior adensamento na ocupação, podendo-se observar número significativo de lotes vazios na região de expansão periférica. A recente tendência de expansão ao sul da rodovia BR-232 revela não somente um inoportuno conflito de tráfego, como também a consolidação de padrões inadequados de urbanização – com lotes mínimos em grandes declividades num conjunto de alta densidade. (CONDEPE/FIDEM, Plano Diretor de Pombos, 2001).

O núcleo comercial tem dimensões restritas e nele figuram diversas atividades de pequeno porte que se mantém no circuito da praça central e seus principais e imediatos acessos.


Outro aspecto da institucionalização sobre o tema diz respeito ao arcabouço jurídico existente e aplicável aos principais fenômenos ambientais da região. De fato, o conjunto de leis federais, estaduais e municipais dão suporte para a realização das mudanças necessárias no cenário ambiental em estudo. Destaque para a legislação de proteção florestal, reservas ecológicas, proteção de mananciais, código ambiental municipal de Vitória (CONDEPE/FIDEM, Plano Diretor de Pombos, 2001).

Devem ser destacados também os papeis dos agentes locais para a operação de mudanças no contexto ambiental municipal. Para garantir uma maior dinâmica no tratamento dos problemas ambientais, seja na esfera urbana ou no contexto mais amplo de todo o município, é fundamental que sejam contemplados os diversos segmentos da sociedade na sua co-responsabilização, cooperação e participação efetiva no processo de transformações e desenvolvimento sustentável do município e a região. Um dos mais importantes mecanismos para realizar a construção coletiva do futuro das sociedades contemporâneas são os Conselhos que agrupam diversos segmentos representativos do universo social, econômico, cultural, etc. Nesse sentido, deve ser retomado, para tratamento das questões ambientais que afetam especificamente os municípios de Pombos e Vitória, o processo dinâmico do Conselho de Meio Ambiente Municipal que aglutine diversas expressões da sociedade local e que juntos, possam comprometer maiores esforços – públicos e privados - no sentido de tratar efetivamente os problemas aqui relacionados (Ibidem).

Sem as dimensões populacionais e a estrutura administrativa de Vitória, Pombos – que conquistou sua autonomia daquele município pólo em 1963 – não tem estrutura gerencial para uma prática efetiva de planejamento e controle urbano. A capacidade de arrecadação própria é pouco significativa – como demonstra o lançamento de cinqüenta mil reais de IPTU e a receita efetiva de 22% deste valor. Não constava, na pesquisa de Informações Básicas Municipais do IBGE de 1999, que o município tivesse Plano Plurianual de Investimentos, Plano Diretor, Lei de Uso do Solo ou mesmo um código de obras e posturas. O grau de dependência de transferências governamentais era de 76,28% em 1996, segundo o Perfil Municipal 2000 da FIDEM.

Tanto em termos de saúde como educação, Pombos conta com a estrutura principal de Vitória. Há, no entanto, 42 leitos hospitalares em uma única unidade pública de saúde, e conta com dois postos e um centro de saúde, servindo-se sua população da rede mais ampla e complexa disponível em Vitória (CONDEPE/FIDEM, Plano Diretor de Pombos, 2001).